sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Escolha

Ela estava ali. Ao mesmo tempo que conversava com suas amigas, cumprimentava seu irmão que passava. Estava em pé, estava sentada. Observava o que acontecia à sua volta e prestava atenção no que fazia. O sorriso no rosto era expresso de forma espontânea, sem que fosse preciso a existência de um contexto engraçado que a motivasse a sorrir. Com suas mãos, mudava o cabelo de posição, enquanto pegava algo que caía. Tocava as pessoas ao seu redor, enquanto contava alguma história que as prendiam a atenção. Ela não se importava em não ter o que fazer em um final de semana, ou em uma sexta-feira à noite. Ficava com seus amigos. Ficava com a familia. Não precisava, mas queria que mais alguém fizesse parte dos seus dias. Esperou, até que escolheu quem seria. Ele fez parte, faz. Ela não se arrepende de o ter escolhido dentre tantas opções que poderia ter feito. Hoje, ela está submersa em seus pensamentos, que a fazem se sentir triste vez em quando. Não sabe ele, que ela o deseja em sua vida,  ainda assim. Queria que ele soubesse, o quanto ela poderia ter o feito feliz, se ele realmente não tivesse tido medo de se entregar, como ela se entregou. Ela ainda pode fazer ele feliz, se ele quiser. Essa felicidade que ela têm pra ele, ela deseja também. Espera por uma decisão, por uma ação consistente que parta dele, sem que haja uma desistência no meio do caminho, que interfira no desejo dele, de fazer ela feliz. Ela o ama, e está escancarado nos seus olhos, e em cada fala, pra quem quiser ver e ouvir. Ele se esconde, sendo difícil de ver, e mais ainda de alguém ouvir. O coração dela está machucado, e ás vezes dói, pertubando seus pensamentos. Traz a incerteza de que ele possa não ser tudo isso, que ela por tanto tempo acreditou que fosse. Ele seria igual à todos os outros. Ela tem medo, não sabe o que fazer agora. Entre o sim e o não, ela deseja o sim, e quer o não. Estava ali, está aqui, e não sabe onde mesmo é que tem que estar, ou ir. Agora.

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