domingo, 31 de outubro de 2010

Ou isso ou aquilo



Ainda que tivesse toda a certeza, por algum momento a incerteza viria. O fato é, deve ser avaliado o quanto a incerteza sobrepõe a certeza que a gente tem. A todo momento estamos fazendo escolhas. Ou é um, ou é outro. Ou eu vou de ônibus e me atraso, ou pego um táxi com o dinheiro que iria gastar no fim de semana, e não me atraso. Sou feliz por um dia, fazendo tudo o que me der vontade, ou sou feliz por mais de um dia, buscando a felicidade em algo que seja consistente. Não tem jeito. Ou eu durmo, ou estudo. Ou falo o que tiver vontande, ou me calo. Ou isso, ou aquilo. A gente está sempre decidindo por algo, e consequentemente não fazendo aquilo outro. Acaba que nem sempre decidimos  pelo o que deveria ter sido decidido. O caminho fácil, comumente é o que menos dura. O complicado, costuma durar um pouco mais. A perfeição está naquele que deu a vida por todos esses que estão fazendo escolhas por aqui. Em mais ninguém.   Escolhas podem não ser perfeitas, nem por isso, foram tomadas de caso pensado. Engano, descuido, distração, nada mais. Sentimento de culpa, querer voltar atrás quando não se tem mais jeito de consertar o que foi f eito. Se o concerto não se torna mais possível, não a razão para ficar brigado (a) com você mesmo (a), se a decisão foi tomada sem que fosse percebido as consequências posteriores. Se a escolha foi errada, a chance de mudar é agora. Experência. Aprendizado. Mais cuidado. Por mais que a gente tenha certeza, a incerteza virá. Por mais que a gente queira acertar, a gente vai errar. Onde queremos chegar? Vale realmente a pena, chegar onde a gente quer? Ou sim, ou não. Isso ou Aquilo. Aquilo ou  aquilo outro. Decidir é fundamental. Fazer escolhas é o que nos ajuda a seguir em frente. Escolhas erradas também. Novos caminhos. Escolhas certas também. Mais Certeza. Se não tem como fugir, e se tem que seguir em frente, escolher é fundamental. Entre querer um OU outro. Necessário.                                     

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

20º Anivesário



Até os 18 anos, fazer aniversário é uma maravilha. A gente fica contando os dias para que chegue, e contando as horas para que não acabe. Entre alguns presentes e felicitações daqueles que lembram, a gente sorri naquele dia, em que não lembramos, mas nos disseram que nascemos. Chegar aos 20 anos, já se torna complicado demais. Eu nem tinha cara de 19 como diziam as "boas línguas", agora estou com 20 e isso muda tudo. Com 20 anos estou me sentindo uma adulta, com uma necessidade enorme de ser como tal. Trabalho, faculdade, carteira de habilitação, namorado, "autonomia" para decidir o que é melhor para mim. O que mais é preciso, para fazer jus aos 20 anos, e ser uma adulta igual a minha mãe, que definitivamente se parece, e é uma? Talvez eu tenha que fazer um corte novo no cabelo de forma que me envelheça, passar um esmalte mais escuro, menos gírias, pedir menos opinião sobre o que devo fazer em determinadas situações,  usar tênis somente quando eu fizer caminhada, sentar no sofá da sala e ficar relembrando com meus primos, os tempos de criança. Ergghhhh... Talvez  faça isso com uns 40. Com 20, só mudar um pouco o corte de cabelo, pra que às pessoas acreditem em uns 18, e esqueçam de ficar me lembrando da minha cara de 15 anos. O  ideal mesmo, seria encontrar algum vampiro por aí, que com uma mordida, nos congelasse na idade em que gostaríamos de ficar. Pra sempre. Essas histórias de vampiros, deixa para as adolescentes alucinadas pelo livro "Crepúsculo" (por falar nisso, acabei de ganhar o último livro, "Amanhecer"). O ideal é curtir cada idade no tempo que elas ficam com a gente, por um ano. 20 anos, eu só vou fazer uma vez! Não aproveitar cada idade no período em que as temos, pode gerar uma embolação de falta de aproveitamento, que no momento que percebemos tal coisa, a gente decida aproveitar todas as idades passadas, em uma só, e esquecemos "da uma só". Vai ver, ficar velha não deve ser tão ruim assim. Minha vó só reclama de algumas dores. Vejo ela falando do meu primo menor que nasceu a pouco tempo, e vejo a felicidade que ela demonstra em  dizer  "-Meu netinho", "-Esses aí das fotos, são meus netos." "Ela já está fazendo faculdade, já trabalha, já tirou carteira... e hoje está fazendo 20 anos, ninguém fala né, com essa cara de novinha." Deve ser divertido ser avó, sentar com os netos no sofá da sala e contar os tempos de quando era criança. Vai ver, 20 anos, pode ser bem divertido também.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Escolha

Ela estava ali. Ao mesmo tempo que conversava com suas amigas, cumprimentava seu irmão que passava. Estava em pé, estava sentada. Observava o que acontecia à sua volta e prestava atenção no que fazia. O sorriso no rosto era expresso de forma espontânea, sem que fosse preciso a existência de um contexto engraçado que a motivasse a sorrir. Com suas mãos, mudava o cabelo de posição, enquanto pegava algo que caía. Tocava as pessoas ao seu redor, enquanto contava alguma história que as prendiam a atenção. Ela não se importava em não ter o que fazer em um final de semana, ou em uma sexta-feira à noite. Ficava com seus amigos. Ficava com a familia. Não precisava, mas queria que mais alguém fizesse parte dos seus dias. Esperou, até que escolheu quem seria. Ele fez parte, faz. Ela não se arrepende de o ter escolhido dentre tantas opções que poderia ter feito. Hoje, ela está submersa em seus pensamentos, que a fazem se sentir triste vez em quando. Não sabe ele, que ela o deseja em sua vida,  ainda assim. Queria que ele soubesse, o quanto ela poderia ter o feito feliz, se ele realmente não tivesse tido medo de se entregar, como ela se entregou. Ela ainda pode fazer ele feliz, se ele quiser. Essa felicidade que ela têm pra ele, ela deseja também. Espera por uma decisão, por uma ação consistente que parta dele, sem que haja uma desistência no meio do caminho, que interfira no desejo dele, de fazer ela feliz. Ela o ama, e está escancarado nos seus olhos, e em cada fala, pra quem quiser ver e ouvir. Ele se esconde, sendo difícil de ver, e mais ainda de alguém ouvir. O coração dela está machucado, e ás vezes dói, pertubando seus pensamentos. Traz a incerteza de que ele possa não ser tudo isso, que ela por tanto tempo acreditou que fosse. Ele seria igual à todos os outros. Ela tem medo, não sabe o que fazer agora. Entre o sim e o não, ela deseja o sim, e quer o não. Estava ali, está aqui, e não sabe onde mesmo é que tem que estar, ou ir. Agora.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E se fosse verdade?






- Você pode falar mais baixo?
- Você entende quando eu grito.
- Eu paro de falar.
- Então.
- Você me assusta.
- E do que você não tem medo?
- ... Segura a minha mão?
- Eu preciso ir.
- Contar com você, seria mesmo o que?
- Eu não estou aqui pra discutir.
- Você pode segurar a minha mão agora?
- Estou segurando.
- Já pode soltar. Você disse que precisa ir.
- Você é linda, inteligente, meiga, dengosa, esperta, ciumenta. Ciumenta. Ciumenta. Você é feliz, já te falei que tenho inveja disso?
- Se soubesse o quanto quero te fazer feliz, você deixaria que eu te fizesse. Ás vezes, você pode estar enganado quanto ao meu sorriso.
- Você já me faz. Você sorri ainda assim.
- Diz, mas não me deixa te fazer. Pode voltar a segurar a minha mão se quiser.
- Preciso ir.
- Se eu não puder estar por perto, algum dia, algum momento, pra sempre, você prometeu que iria se cuidar.
- Eu vou ficar inteiro.
- Inteiro e bem. Foi promessa. Você disse prometo, pode dizer de novo?
- Não gosto quando você fala assim.
- Vai se cuidar e não facilitar para que nada de mal te aconteça?
- Você é meio mãe também.
- Você não disse que promete.
- Não se preocupa, Vou ficar inteiro. Preciso ir. Vou soltar a sua mão agora. Soltei.

Ele teve mesmo que ir, e soltou a minha mão. Queria mais daquilo ali, dele. E que tudo que eu ouvi, fosse sério, fosse meu, dele, nosso, nós.