sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E se fosse verdade?






- Você pode falar mais baixo?
- Você entende quando eu grito.
- Eu paro de falar.
- Então.
- Você me assusta.
- E do que você não tem medo?
- ... Segura a minha mão?
- Eu preciso ir.
- Contar com você, seria mesmo o que?
- Eu não estou aqui pra discutir.
- Você pode segurar a minha mão agora?
- Estou segurando.
- Já pode soltar. Você disse que precisa ir.
- Você é linda, inteligente, meiga, dengosa, esperta, ciumenta. Ciumenta. Ciumenta. Você é feliz, já te falei que tenho inveja disso?
- Se soubesse o quanto quero te fazer feliz, você deixaria que eu te fizesse. Ás vezes, você pode estar enganado quanto ao meu sorriso.
- Você já me faz. Você sorri ainda assim.
- Diz, mas não me deixa te fazer. Pode voltar a segurar a minha mão se quiser.
- Preciso ir.
- Se eu não puder estar por perto, algum dia, algum momento, pra sempre, você prometeu que iria se cuidar.
- Eu vou ficar inteiro.
- Inteiro e bem. Foi promessa. Você disse prometo, pode dizer de novo?
- Não gosto quando você fala assim.
- Vai se cuidar e não facilitar para que nada de mal te aconteça?
- Você é meio mãe também.
- Você não disse que promete.
- Não se preocupa, Vou ficar inteiro. Preciso ir. Vou soltar a sua mão agora. Soltei.

Ele teve mesmo que ir, e soltou a minha mão. Queria mais daquilo ali, dele. E que tudo que eu ouvi, fosse sério, fosse meu, dele, nosso, nós.

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